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Pdf -Lição 1-Unção do Espírito Santo

Antes que um estudo bíblico sobre a “Unção” pos­sa começar, precisamos estabelecer alguns importantes princípios fundamentais. Esses princípios formarão uma plataforma bíblica da qual poderemos alcançar uma pers­pectiva apropriada sobre a unção.

As seções iniciais deste artigo abordarão estes princípios fundamentais. Talvez eles sejam novos para você, ou talvez já sejam conhecidos. Contudo, já que é vital que tenhamos um fundamento comum do qual possamos desenvolver este estu­do, gostaria de pedir-lhe que estude cuidadosamente os prin­cípios seguintes. Permita um tempo para que o Espírito Santo revele, determine, teste e confirme o quanto estes princípios são bem estabelecidos e vividos na prática em sua própria vida e ministério.

Líder e companheiro, este não é um estudo com “atalhos” fáceis para a maturidade, como também não oferece fórmulas rápidas ou técnicas mirabolantes que podem ser usadas para transformá-lo num “sucesso”.

Ao contrário, este é um estudo bíblico sobre como nós, como líderes de igreja, precisamos crescer e operar no Reino de Deus. O caminho para a maturidade é o processo neces­sário para que possamos ser verdadeiramente frutíferos e para que tenhamos um ministério duradouro, que glorifique muito a Deus!

Portanto, vamos nos aplicar com diligência, à medida que aprendermos sobre esta questão da unção. Deus pode abenço­ar somente o que Ele estabeleceu como Sua maneira e vonta­de. Assim sendo, é essencial que coloquemos um fundamento apropriado da Sua Palavra, antes de seguirmos adiante aos as­suntos relacionados à unção (Is 28: 10).

MINISTÉRIO ILIMITADO

O assunto da UNÇÃO é de grande importância para todo e qualquer crente em Jesus Cristo. No entanto, o entendimento da UNÇÃO – o que ela é, como funciona, e como podemos ca­minhar e crescer nela – é vital. Isso é especialmente aplicável aos que são chamados ao ministério de tempo integral.

Infelizmente, a UNÇÃO é geralmente mal entendida, ou é um assunto que talvez seja até mesmo evitado por alguns líderes. Muito embora seja algo que Deus deseja dar-nos, muitos líderes não sabem o que ela é, ou como recebê-la. Assim sendo, eles tentam substituir a unção do Espírito Santo por outras coisas.

Alguns líderes talvez se tomem capacitados na administra­ção ou organização. Talvez eles busquem a instrução, acres­centando diplomas e títulos, antes e depois de seus nomes. Tal­vez eles participem de muitas conferências e sejam inspirados por ótimos palestrantes. Talvez até mesmo desenvolvam suas próprias habilidades de falar ou de cantar, a fim de liderarem ou motivarem as pessoas mais eficazmente.

Os itens mencionados acima não são necessariamente erra­dos, e podem provar ou não que são úteis no ministério. MAS ELES NÃO SÃO A UNÇÃO! Tampouco podem substituir a genuína unção do Espírito Santo na vida do ministro.

. As capacitações educacionais e administrativas podem ser boas e úteis. No entanto, elas são limitadas com relação ao que podem ajudar o líder a realizar. Quando dependemos da nossa educação, o melhor resultado que podemos esperar é o limite da nossa educação. Quando dependemos da nossa eloqüência ou de outras habilidades, ficamos limitados ao que essas habi­lidades podem realizar.

Contudo, quando dependemos do Espírito Santo, fica­mos limitados somente pelo que o Espírito Santo pode fa­zer!

O que quer que escolhamos, para disto dependermos, ou nisto colocarmos a nossa confiança, a fim de realizarmos o cha­mado ao ministério, será isto que estabelecerá os limites do que seremos capazes de fazer. Quanta limitação você quer em seu ministério?

Com Deus, não há nenhum limite! (Veja Lucas 18:27.) Por­tanto, se eu puser a minha confiança e dependência em Deus e em Seu poder e capacidade, então as minhas únicas limitações no ministério serão a vontade de Deus e os Seus desejos para mim (Fp 4:13).

A vontade de Deus para todos os crentes nascidos de novo é que eles demonstrem as evidências dos frutos do Espírito em seus comportamentos e ações (GI5: 16-26). Os frutos do Espírito são o caráter de Cristo. Este mesmo tipo de caráter é exigido es­pecialmente dos que são chamados para liderarem outras vidas no Corpo de Cristo. O papel do líder é ser um exemplo de um comportamento santo aos que ele lidera (1 Co 11:1; Fp 3: 17; 1 Tm 4: 12). Não há nenhum dom, habilidade administrativa, ou habilidade de pregação ou ensino, que possa substituir o fato de termos um caráter e integridade semelhantes ao de Cristo.

Também é a vontade de Deus – especialmente para os que são chamados para liderarem – que tenhamos o poder sobrena­tural do Espírito Santo. Jesus disse aos Seus discípulos: “Não Me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e vos designei, para que vades e de fruto, e o vosso fruto permaneça” (10 15: 16).

Através dessa passagem vemos que o desejo de Jesus é que

O nosso fruto permaneça. Como isso pode acontecer? Quando o nosso ministério está repleto do poder da unção de Deus, o poder do Espírito Santo. O Seu poder através de nós nos ca­pacita a influenciarmos as pessoas de uma maneira que a vida delas seja frutífera e duradoura.

Não importa quão talentoso ou dinâmico seja o líder. Sem a capacitação do Espírito Santo, o líder não consegue cumprir, no ministério, a vontade de Deus, da maneira de Deus. Feliz­mente para nós, Deus sabe o que precisamos muito melhor do que nós. E Ele já nos forneceu o Seu poder e capacitação para nos ajudar a cumprirmos o Seu sublime chamado.

FORMA SEM PODER

Hoje em dia, há muitas igrejas e ministérios em que a presen­ça e o poder do Espírito Santo têm sido limitados. Estes minis­térios talvez tenham grandes multidões, instalações sofisticadas, ou eventos emocionantes. Mas, se a presença e o poder genuínos do Espírito Santo não forem bem-vindos e evidentes, essas reu­niões podem ser cerimônias meramente religiosas e vãs.

Grandes auditórios ou estádios podem ter multidões enor­mes, instalações sofisticadas e eventos emocionantes para um mero jogo de futebol. Contudo, essas circunstâncias externas têm pouco a ver com o fazer discípulos que diligentemente sigam a Jesus Cristo!

Na história da Igreja, há muitos lugares do nosso mundo em que Deus fez obras grandiosas e milagrosas através de vasos humanos submissos a Ele. Muitas dessas igrejas, e até mesmo vastas regiões geográficas, foram outrora conhecidas por sua dinâmica presença cristã. Infelizmente, hoje em dia, elas estão espiritualmente entenebrecidas. Os lugares em que a Igreja outrora desenvolveu-se e teve uma grande influência agora estão vazios e sem a luz do Evangelho.

Dentre as mais conhecidas da história do Novo Testamento encontram-se as Igrejas da Ásia Menor (hoje a nação da Turquia). Podemos ler sobre essas igrejas no Livro do Apocalipse. Elas são comumente conhecidas como as “Sete Igrejas do Apocalipse”.

Essas igrejas foram outrora proclamadas como poderosas fortalezas da obra redentora de Cristo no coração dos homens. Muitos milagres aconteceram lá. (Leia o Livro de Atos.) Hoje, no entanto, os turistas pagam para andarem em meio às ruínas dos locais em que grandes apóstolos outrora pregaram a Palavra da Vida. Esses lugares agora estão sem vida e destituídos do poder do Evangelho.

O que aconteceu com igrejas e ministérios que outrora fo­ram grandes? Aquelas ruínas vazias, agora ocupadas somente pelos pássaros, permanecem como um alerta e uma lição a to  dos nós.

O que podemos aprender é o seguinte: Sempre que nós, os        líderes de igreja, começamos a depender de nossas próprias capacidades, ou das tradições, títulos, políticas de igrejas, ou até mesmo da instrução e do aprendizado, em vez da dependência do Espírito Santo de Deus e das eternas verdades da Sua Palavra, a vida e o poder de Deus começam a ir embora de nós, como líderes, e dos ministérios ou igrejas que Deus nos confiou.

O QUE É A IGREJA?

Igreja é um edifício construído com blocos e cimento? Não. É um edifício construído com pedras vivas. “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Estas pedras vivas são chamadas santos e são membros da família de Deus: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; na qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2:19-22).

O Espírito Santo inspirou Paulo a abordar a situação da Igreja (veja 1 Coríntios 3). A Igreja de Corinto estava sendo repreendida por suas brigas carnais, imaturas e egoísticas entre eles mesmos. Eles estavam se dividindo com o pro­pósito de tentarem reivindicar a sua suposta superioridade de uns sobre os outros (1 Co 3: 1-4). Isto era, e ainda é hoje, nada mais que um orgulho ostentoso, o pecado do Diabo (1 Tm 3:6). O comportamento orgulhoso e os esforços de auto-dependên­cia por parte dos homens ainda atrapalham a frutificação na Igreja de hoje.

Paulo prossegue e afirma claramente que é Deus Quem faz com que a Igreja cresça verdadeiramente. “Assim então, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (1 Co 3:7.)

A palavra grega traduzida como “igreja” significa literalmente “chamado para fora, chamado”, e assim se refere a um grupo de pessoas chamado para sair fora do pecado do mundo para servir ao Senhor. A igreja não é nenhum tipo de instituição ou objeto impessoal. É um corpo constituído de componentes vivos. Como um organismo vivo, a igreja pode sentir medo (Atos 5:11), pode orar (Atos 12:5) e pode falar (Mateus 18:17). Pessoas que são chamadas para saírem do pecado não continuam participando do mal do mundo, porque elas estão santificadas ou separadas do pecado (estude João 17:14-23; Colossenses 1:13; 1 Pedro 2:9; 1 João 4:5-6). Deus chama o povo para deixar o mal deste mundo através da mensagem do evangelho (2 Tessalonicenses 2:13-14). Aqueles que são convertidos verdadeiramente a Cristo são chamados santos (1 Coríntios 1:2; Colossenses 1:1-2).

Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo, da “Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20:28). Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Romanos 5:8; 1 Coríntios 6:19-20).

Há apenas UM FUNDAMENTO sobre o qual a Igreja pode ser edificada: Jesus Cristo, que é a Principal Pedra Angular (1 Co 3: 10,11; veja também Efésios 2:20-22). Ele é a nossa Pedra Principal ou Fundamental hoje, tanto quanto o era quando a Igreja nasceu há mais de 2.000 anos!

O CORAÇÃO DA IGREJA

Há algo muito singular com relação ao uso de uma pedra principal ou fundamental no mundo antigo que nos ajudará a compreendermos melhor a razão pela qual Jesus é chamado de “a principal pedra angular” (Mt 21:42).

No antigo Oriente Médio, todas as casas e outras constru­ções eram construídas da mesma maneira. Uma pedra era cui­dadosamente posicionada primeiramente, e essa era a principal pedra angular. O restante da construção, inclusive o seu tama­nho, traçado e posição, era medido e alinhado com relação a esta única pedra angular especifica.

Esta é a ilustração usada pelo Espírito Santo, através de Paulo, para mostrar a preeminência de Cristo com relação à maneira pela qual a Igreja viva deve ser edificada. Ela é feita de pedras vivas, que estão crescendo e estão espiritualmente vivas, e estão todas sobre a “Principal Pedra Angular” da salvação através de Jesus Cristo (1 Pe 2:4-10). Nada mais se ali­nha apropriadamente sem esta “Principal Pedra Angular” bem no centro da Igreja.

Na qualidade de líderes de igreja, somos chamados para sermos parceiros com Cristo, em obediência aos Seus propó­sitos e planos, no sentido de ajudarmos na edificação da Igreja Viva de Deus. A Igreja do Novo Testamento, a Igreja de Cristo, constitui-se das pessoas que chegaram a um conhecimento de salvação através da fé em Jesus Cristo. O termo “igreja” no Novo Testamento não significa uma estrutura organizacional, títulos, construções ou denominações. A “Igreja” são as pes­soas que são salvas e justificadas pela fé em Cristo, e que são discípulos que estão amadurecendo.

FRUTIFICAÇÃO VERDADEIRA

Os outros termos usados no Novo Testamento para se des­crever a Igreja incluem: “pedras vivas” (1 Pe 2:5); “o Corpo de Cristo” (1 Co 12:27); o “campo”, “edifício”, ou “templo” de Deus (1 Co 3:9, 16,17). Todos estes termos têm o seguinte fator em comum: eles se referem às pessoas que são verdadei­ros crentes em Jesus Cristo.

É vitalmente importante que compreendamos isto. Como lí­deres de igreja, somos chamados a mais do que a administração da igreja, a supervisão de novas construções, ou a coordenação das funções da igreja. Somos chamados para sermos parceiros com Deus no discipulado e na edificação de pessoas.

Somos chamados por Deus para pastorearmos e alimentar­mos a Igreja Viva do Deus Vivo, os crentes, e para ajudá-los a se tomarem discípulos de Jesus Cristo em crescimento. Não conseguimos cumprir adequadamente este papel de mordomia sem a ajuda e o poder de Deus (veja Salmos 127:1).

Deus certamente nos responsabilizará pela maneira com que edificamos sobre o Único Fundamento de salvação atra­vés de Cristo (1 Co 3: 12-23). Será que estamos simplesmente atraindo uma multidão através das nossas próprias idéias, for­ças e talentos? Isso talvez pareça ser algo bem-sucedido por algum tempo, mas não produz os frutos duradouros que Deus deseja (Jo 15:5, 8,16).

Ou será que, ao contrário, estamos nos rendendo diariamente ao Espírito de Deus e nos entregando à Sua vontade? Será que estamos sendo dirigidos por Ele como verdadeiros filhos de Deus (Rm 8: 14), dependendo d ‘Ele para todos os momentos de ministério que Ele permite que tenhamos? Se esse for o caso, aí então, através do Seu poder e ajuda, podemos ser verdadeira­mente frutíferos, e os nossos frutos terão uma natureza eterna (10 15:16).

Entenda, por favor, que frutos e frutificação não são defini­dos por Deus da mesma maneira que a sabedoria humana talvez os defina. Os homens talvez digam que frutificação significa termos grandes multidões como seguidores, ou tomarmo-nos ricos e influentes. A sabedoria humana talvez os defina como o fato de termos fama, poder ou fortuna.

No entanto, a verdadeira frutificação na perspectiva de Deus é definida e medida por um só critério: a vida de pes­soas que estão sendo transformadas à imagem e ao caráter de Cristo à medida que amadurecem como Seus discípulos. A compreensão dos seguintes princípios o ajudará a entender a verdade desta definição.

RESTAURADOS À SUA SEMELHANÇA

A humanidade foi criada à imagem de Deus (Gn 1:26, 27).

Não é necessariamente uma imagem física, e sim uma imagem de habilidades e capacidades. “Imagem”, neste contexto bíbli­co, refere-se às qualidades da razão, do intelecto, das emoções, da curiosidade e da capacidade de se fazer escolhas. Fomos criados com a capacidade de amarmos, sacrificarmos e apre­ciarmos o que é bom, verdadeiro e correto.

Por que Deus nos criou desta maneira? Deus nos criou com um só propósito: para Si mesmo, para que tivéssemos um rela­cionamento com Ele. Este é verdadeiramente o nosso mais sublime chamado! Deus não precisava nem desejava mais anjos, ou Ele teria criado mais deles. Ao contrário, vemos em toda a Bíblia que Deus desejava filhos e filhas que compartilhassem de um relacionamento de intimidade e amor com Ele.

Contudo, a oportunidade de um relacionamento com Deus foi arruinada quando o pecado entrou no mundo através da de­sobediência voluntária de Adão e Eva. A desobediência deles trouxe o pecado a toda a raça humana (Rm 5: 12-21). No entan­to, nessa ocasião, o fantástico plano de Deus para a redenção do Seu relacionamento com a humanidade foi colocado em ação (Gn 3:15: “a sua Semente” refere-se à posterior encarna­ção e ao nascimento virginal do Filho de Deus, Jesus).

No tempo designado (Gl 4:4, 5), Cristo veio a terra e mor­reu pelos nossos pecados. O Seu ato sacrificial abriu a possi­bilidade de um relacionamento restaurado com o nosso Cria­dor, Deus, o qual havia sido destruído pelo pecado. Através do recebimento da obra de salvação de Cristo, e através da fé n’Ele, os nossos pecados podem ser perdoados, e nós podemos conhecer a Deus e ter comunhão com Ele.

A OBRA DE TRANSFORMAÇÃO

Mas, além disso, Deus também quer nos libertar das conseqüências do pecado e dos danos que ele causa em nossa vida. Assim sendo, como um resultado direto da nossa salvação em Cristo, Deus começa a operar em nossa vida para nos transfor­mar de volta à “imagem” segundo a qual fomos criados.

“Pois os que dantes conheceu, Ele também predestinou para serem conformes à imagem do Seu Filho, para que Ele pudes­se ser o Primogênito dentre muitos irmãos.” (Rm 8:29.) Esse versículo revela que, para os que vêm a Cristo na salvação, à vontade preordenada de Deus é que devemos ser transformados, a fim de que sejamos “conformados à imagem do Seu Filho”.

A obra de transformação começa na salvação e continua durante toda a nossa vida. Deus é infinitamente sábio. Ele pla­nejou que o Seu Reino funcionasse de certa maneira por razões específicas. À medida que formos cada vez mais trans­formados à “imagem” da nossa criação original (a imagem do Seu Filho), duas coisas cruciais acontecerão:

1 ) Nós conseguiremos andar num relacionamento com Deus de uma maneira desobstruída e cada vez mais profunda. Foi o pecado que destruiu e que ainda pode destruir o nosso relacionamento com Deus. Assim sendo, à medida que somos libertos do pecado e das suas conseqüências, temos então uma capacidade maior de experimentarmos um relacionamento mais amoroso e profundo com o nosso Criador.

2) Seremos restaurados ao lugar e ao propósito que Deus tinha em mente para nós. O homem não foi criado no pecado nem para o pecado. Fomos criados em santidade, na inocên­cia e na pureza. Toda a Criação original de Deus era boa. “Aí então Deus viu tudo o que Ele havia feito, e de fato era muito bom.” (Gn 1:31.)

Não fomos criados com defeitos, mas o pecado destruiu a bondade do nosso padrão original. Portanto, à medida que formos libertos do pecado e transformados no sentido de ficar­mos cada vez mais libertos das suas conseqüências, o resultado será alegria, paz e uma sensação de liberdade cada vez maior em nossa vida. Aí então estaremos muito mais bem preparados para cumprirmos a vontade e o propósito de Deus.

Portanto, podemos dizer confiantemente que a transfor­mação pessoal é uma das mais altas prioridades de Deus para cada indivíduo. A transformação é melhor definida neste contexto como “sermos transformados mais à imagem de Jesus em nossos pensamentos, desejos, e ações”.

Transformação Através do Poder do Espírito Santo

Quando somos salvos, a nossa antiga vida tem um fim. Co­meçamos um processo, que dura a vida toda, de todas as coisas se tornarem novas (2 Co 5: 17). Somos transformados, pelo po­der do Espírito e da Palavra de Deus, à “imagem do Seu Filho” (Rm 8:29).

Essa maravilhosa obra de transformação não pode ser plenamente realizada pela nossa própria força ou pelos nossos esforços (Jr 13:23). Podemos mudar a nós mesmos em coisas pequenas, e, geralmente, apenas externamente. Podemos no esforçar muito para tentarmos disciplinar nossa vida e desen­volvermos bons hábitos.

No entanto, há algumas obras em nós, muito mais profun­das, as quais precisamos desesperadamente como, por exem­plo: cura de angústias e dores; libertação de rejeições e de outras formas de escravidão; libertação dos nossos caminhos egoísticos e pecaminosos. Esse tipo de transformação é pos­sível somente pelo poder do Espírito Santo (Rm 8: 1-11; veja também Mateus 19:23-26; Efésios 2:1-10; Hebreus 9:13, 14).

Deus exige que cresçamos e amadureçamos depois de nos achegarmos a Cristo como nosso Salvador. Muito embora a Sua graça e o Seu perdão sejam reais e sempre presentes (1 Jo 1:9), isto nunca é uma desculpa para continuarmos com um comportamento pecaminoso ou egoístico. Deus perdoa de fato um tropeço ou fracasso. Contudo, não podemos continuar nesses pecados, mas, ao contrário, devemos seguir adiante em nossa caminhada com Deus (Lc 9: 23-26).

Os que não querem mudar ou que resistem ao processo de transformação do Espírito Santo estão na verdade em rebeldia contra Deus (Tg 1:21-25). O juízo de Deus sobre a rebeldia é severo (Pv 29:1; Hb 3:8-11).

OS FRUTOS QUE DEUS BUSCA

Ser um ministro frutífero do Evangelho significa que a vida das pessoas a quem você ministra está sendo transformada cada vez mais à semelhança de Jesus. Lembre-se de que ser frutífero tem pouco a ver com multidões ou estatísticas. É fácil atrair mui­tas pessoas à sua igreja. Simplesmente ofereça comida e roupas grátis, ou dinheiro, e você consegue uma multidão! Ou forneça entretenimento, e diga-lhes coisas que “façam cócegas em seus ouvidos” (2 Tm 4:3, 4), e faça com que elas se sintam bem.

Contudo, uma multidão não forma uma congregação. Uma grande reunião de pessoas não significa necessariamente que você tenha uma saudável igreja neo-testamentária, ou que você esteja fazendo discípulos!

A pergunta que sempre precisamos fazer a nós mesmos sobre o nosso ministério é a seguinte: “Será que a vida das pessoas a quem eu ministro está sendo transformada no sentido de elas se tomarem mais semelhantes a Jesus?” Será que a sua meta é mais pessoas em sua igreja, ou será que é fazer verda­deiros discípulos que estejam amadurecendo e crescendo em Cristo? Não importa se há 10 pessoas ou 1.000 pessoas. Você está sendo frutífero se o seu rebanho estiver se tomando mais semelhante a Jesus!

O TIPO CERTO DE FRAQUEZA

Já estabelecemos que sermos transformados à semelhança de Cristo é a vontade de Deus para todos os seguidores de Cristo. Sabemos que isso não pode ser plenamente realizado pelos esfor­ços humanos, mas somente pelo poder e pela presença do Espírito Santo. Assim sendo, o que isso nos ensina sobre a maneira pela qual devemos conduzir o ministério que Deus nos deu?

Em palavras simples, precisamos compreender o seguinte:

É o poder evidente e presente do Espírito Santo, operando e movendo-se sem restrições, através de um vaso humano submisso a Ele, que causará o maior impacto sobre a vida de uma outra pessoa.

Isso pode parecer uma verdade tão óbvia! Contudo, quantas e quantas vezes os nossos esforços bem intencionados tomam o lugar da obra do Espírito Santo em nosso meio?

Se formos honestos como líderes e dermos uma boa olha­da em nós mesmos, precisaremos admitir que geralmente nós somos o problema. Não é preciso muito tempo no ministério para reconhecermos que somos insuficientes para a tarefa. As­sim sendo, ficamos ocupados com programas, cursos, e outras maneiras de sermos eficientes ou bem-sucedidos. Mas a reali­dade é que não temos em nós mesmos o que é necessário para realizarmos tudo o que Deus quer que realizemos! Será que você poderia admitir isso sobre você mesmo?

Como líderes, queremos fazer o nosso melhor o tempo todo. Contudo, nossos melhores esforços humanos não são su­ficientes para realizarmos plenamente à vontade e o propósito de Deus.

Talvez isso pareça ser más notícias. No entanto, na reali­dade, se estivermos dispostos a aceitarmos e abraçarmos isto, a nossa insuficiência será o ponto inicial de boas novas! Olhe o que um dos maiores apóstolos escreveu sobre este aparente paradoxo:

“Com relação a isto [o ‘espinho na carne’ de Paulo – vs. 7], eu supliquei ao Senhor três vezes, para que ele se afastasse de mim. E Ele me disse: ‘A Minha graça é suficiente para você, pois a Minha força é aperfeiçoada na fraqueza. Portanto, de muito bom grado eu me gabarei em minhas enfermidades, para que o poder de Cristo possa permanecer sobre mim. Por­tanto, eu me alegro nas fraquezas, nas injúrias, nas necessida­des, nas perseguições, nas angústias, por amor a Cristo. Pois quando estou fraco, então sou forte.” (2 Co 12:8-10.)

Paulo não aceitou uma atitude de derrota, nem achou que estivesse sendo punido por Deus. Em vez disso, ele se regozi­jou em sua revelação e experiência pessoal da graça vencedora de Deus!

É pela graça de Deus que temos a vida e a vitória de um vencedor (Rm 8:37). No entanto, foi à entrega absoluta e o franco reconhecimento de Paulo da sua necessidade que tanto abriu o caminho como tam­bém liberou o poder do Es­pírito Santo em (e através da) sua vida.

Paulo não tentava es­conder ou encobrir as suas fraquezas. “Ao contrário, ele se gabava nas fraquezas” (2 Co 12:9) e “sentia prazer” (2 Co 12:10) em suas dificuldades, pois era nessas situações que Paulo era totalmente dependente do poder e da suficiência de Deus – e ele conseguia experimentar o poder que o sustentava e o capacitava! (Veja também 2 Coríntios 3:1-6.)

DEUS USA OS HUMILDES

Para os propósitos deste ensinamento, vamos definir “fra­queza” da seguinte forma:

  • Reconhecermos a nossa incapacidade de realizar a von­tade de Deus por nós mesmos;
  • Entregarmos nosso coração e dependermos totalmente do poder do Espírito Santo;
  • Permitirmos que ó Espírito Santo opere através de nós para realizarmos as coisas de valor eterno no ministério – vidas transformadas – através do Seu poder, e não do nosso poder.

Os líderes de igreja freqüentemente sentem muita pressão no sentido de serem um “sucesso” no ministério. Infelizmente, os nos­sos conceitos de sucesso geralmente são definidos pelos padrões do mundo, ou até mesmo pelo nosso próprio orgulho. Queremos ser importantes aos olhos dos outros. Queremos ser “grandes” no Reino de Deus, a fim de que Deus nos use grandiosamente!

No entanto, a realidade é, e sempre foi, que não há nenhum grande homem de Deus somente homens humildes grande­mente usados por Deus! (Veja Mateus 20:20-28.)

Uma vez mais, o ingrediente principal para um ministério verdadeiramente frutífero é a presença e a obra do Espírito Santo! Deus não Se opõe às pessoas que têm instrução, dons organizacionais, ou muitos talentos. Contudo, nenhuma dessas coisas é adequada para substituir o poder da unção do Espírito Santo no ministério.

Deus pode usar as nossas habilidades e dons para enriquecer a nossa eficácia, mas Ele deixou bem claro em Sua Palavra que “sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15:5). “Não por força, nem por poder; mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zc 4:6.)

Deus sabe do que precisamos e já fez uma provisão perfeita para nós. Ele disponibilizou a Unção do Espírito Santo, para que fôssemos frutíferos à medida que cumprimos o Seu cha­mado ao ministério.

Portanto, a partir do próximo domingo vamos estudar juntos, para obtermos um entendimento sólido e bíblico da Unção do Espírito Santo.

Este estudo tentará:

1) definir a unção, o que ela é, e o que ela não é;

2) explicar como a unção funciona na vida e através da vida do ministro; e

3) revelar como podemos tanto receber como crescer nesta unção.

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lição 6-seminário

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04 – Quem dizem os homens que eu sou(LIÇÃO ALUNO)

Da mesma forma como na natureza tudo que tem vida cresce, a vida espiritual é marcada por crescimento e frutificação. Pedro exorta seus leitores: “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).

Crescimento espiritual é o processo pelo qual o crente se torna mais e mais semelhante a Jesus Cristo. A medida que o crente cresce na fé  em Cristo (2 Ts 1.3) , o Espírito Santo inicia o processo a fim de que nos tornemos mais parecidos com Jesus, fazendo com que nos “conformemos”  à Sua imagem (2 Co 3.18).

Por que crescer espiritualmente?

Porque é a vontade de Deus

Pelo poder do Espírito Santo, o crente passa a ter vida nova em Cristo; pelo Espírito Santo, o salvo tem acesso a Jesus, a revelação de Deus, e desta maneira rende-se a Ele, e o Espírito Santo se apossa do crente e opera nele “porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).

Para ser útil ao Reino de Deus

A vida cristã é vida de desenvolvimento, crescimento, rumo à  maturidade, a frutificação, pois tudo que tem vida no reino de Deus precisa frutificar (Jo 15:1,5).

As conseqüências da falta de crescimento

A falta de crescimento físico é um grave problema que afeta a pessoa como um todo, da mesma maneira a falta de crescimento espiritual é  o motivo de muitos problemas e dificuldades causadas por crentes imaturos na igreja do Senhor. Na epístola aos Hebreus, o autor aponta a meninice espiritual como um dos motivos das aflições que os seus leitores originais enfrentavam (Hb 5.11-14).

Características dos meninos espirituais

São carregados por todo o vento de doutrina –  Ef 4.14;

Não podem suportar o alimento sólido, são superficiais – 1 Co 3.2;

Vivem em ciúmes e contendas – 1 Co 3.3;

Não conseguem compreender as coisas de Deus –  1 Co 2.14;

Tem falar, pensar e sentir próprios de menino – 1 Co 13.11;

Alimentam-se só  de leite (apenas os primeiros rudimentos da fé) – Hb 5.11-14

Continuam como escravos da carne – Gl 5.18-21; Rm 8.7,8;

Tropeçam com facilidade – Rm 14.13-20; 1 Co 10.32

A solução de Deus para o problema da meninice espiritual é o crescimento espiritual, pois, somente com o crescimento espiritual, o crente imaturo pode deixar as coisas de menino (1 Co 13. 11).

O que é crescimento espiritual

O crescimento é um processo natural. Uma criança saudável cresce sem precisar qualquer esforço para tal, da mesma forma a igreja como corpo bem ajustado “efetua seu próprio crescimento” (Ef 4.16). Todo o crente que vive em comunhão com Deus segundo a Bíblia, cresce em espírito. Observemos como a Bíblia define o crescimento espiritual:

É permanecer em Cristo

Jesus disse que para ser frutífero o crente deve permanecer nEle (Jo 15.4-6). O crescimento espiritual depende de nossa completa dependência do salvador, pois Ele diz “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Assim como não podemos apagar nossos pecados, não podemos crescer e produzir o fruto sem Cristo. Portanto, a responsabilidade do cristão é permanecer em Cristo, o que aponta também para o alimentar-se de Cristo e de sua Palavra, bem como o andar no Espírito.

É alimentar-se de Cristo e de sua Palavra

A palavra de Deus é uma agência de crescimento espiritual. Pedro disse que quando o crente se alimenta do leite racional, não falsificado, passa a crescer (1 Pe 2.2). O conhecimento de Cristo é a chave que abre a porta para a santificação (Jo 17.3).

É andar no Espírito

Estar totalmente comprometido e submetido a Deus, de modo que o Espírito Santo ajuda o crente vencer a carne (Gl 5.16; Rm 8.13), produz o fruto do Espírito (Gl 5.22) que é a prova efetiva do crescimento espiritual.

Como crescer na fé

Através do crescimento em fé, o salvo tem condições de estar firme nas promessas e por fim tomar posse da vida eterna (1 Tm 6.12). Como vimos, o crescimento do crente é de glória em glória (2 Co 3.18), seu caminho vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18).

Através das disciplinas espirituais como a leitura e meditação nas Escrituras, oração e jejum, o crente alcança maturidade espiritual e chega mais perto de Cristo, então, os sinais do crescimento começam a aparecer: a paz, a alegria, a esperança, a segurança, a gratidão, o serviço (cf. Rm 14.17; Jo 14.27; Rm 5.5; 1 Pe 1.3; 1 Jo 5.12,13; Lc 24.53; Rm 12.1).

Como crescer na graça

A graça de Deus que é o seu grande amor que não merecemos, que nos faz ser o que somos .(1 Co 15.10) Paulo diz que a graça é  pedagógica (Tt 2:11,12). Esta graça que nos educa não é uma “graça barata”, tampouco pregação de auto-ajuda, sem cruz nem arrependimento de pecados, não é batismo sem discipulado real, não é comunhão sem confissão.  Esta graça nos leva a buscar um quebrantamento que traz a paz real e poder para resistir o pecado.

Crescer na graça significa ser transformado segundo a imagem de Cristo, o que Deus produz em nós pelo poder do Espírito Santo (2Co 3.18), despertando em nossa vida um novo senso de responsabilidade por nossas atitudes, de propriedade por nossas ações, novo sentido de esperança para o futuro.

Como crescer no Conhecimento

Alguns grupos hoje, desprezam o crescimento no conhecimento na Palavra de Deus, por julgar que o conhecimento, mesmo o conhecimento bíblico é um bloqueador da unção divina. Esta visão é muito equivocada pois:

Quando falta o conhecimento, o povo de Deus é destruído – Os 4.6;

Os justos são libertados pelo conhecimento – Pv 11.9;

O conhecimento é  mais valioso que o ouro – Pv 8.10;

Os olhos do SENHOR conservam aquele que tem conhecimento – Pv 22.12;

O Espírito do Senhor é o Espírito de Conhecimento – Is 11.2;

O Servo do Senhor com seu conhecimento justificou a muitos – Is 53.11;

Deus diz: ”misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” – Os 6.6

“O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo” – Dn 11.32;

“A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – Jo 17.3

Crescemos no conhecimento de Deus a medida que estudamos as Escrituras contando com a iluminação do Espírito Santo (Ef 1.17-19). Na era pós-moderna onde o pragmatismo impera, as pessoas buscam apenas a experiência sem preocupar-se com a essência,  o conhecimento da Palavra de Deus torna-se mais importante do que nunca para entendermos a vontade de Deus e exercermos nosso papel como igreja relevante nesta geração.

Lição ministrada em 24/01/2010

Professor(a): Luciana


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